ASSPROM | Entenda a importância da vacinação de adolescentes e jovens contra a COVID-19
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Entenda a importância da vacinação de adolescentes e jovens contra a COVID-19

19:20 17 dezembro em Imprensa, Noticias
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Em entrevista ao Jornal da Assprom, em 19/10/2021, a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Dra. Mônica Levi, afirma que a vacinação em adolescentes é essencial para reduzir a transmissão da COVID-19 para toda a população

JORNAL DA ASSPROM: Qual a importância da vacinação contra a COVID-19 em jovens e adolescentes, principalmente neste momento em que as atividades escolares retornam ao ensino presencial?

MÔNICA LEVI: Eu me sinto muito comprometida com a causa e sou atuante nesta batalha, dando inúmeras entrevistas. Preciso fazer isso para que as pessoas conheçam a verdadeira finalidade da Lei que leva o meu nome. Deixo claro que essa Lei não tem a finalidade de punir os homens. Sua principal finalidade é, sim, a de proteger as mulheres e punir o agressor. Por isso, temos muitos homens nesta luta. Os homens, que estão envolvidos com essa causa, pensam que suas filhas ou netas podem ser vítimas de violência doméstica. Então esta luta é de homens e mulheres.

JORNAL DA ASSPROM: Existe comprovação da segurança na aplicação das vacinas neste público?

MÔNICA LEVI: Sim, as vacinas que são licenciadas passam por etapas de Avaliação de Segurança e de Eficácia, que são chamados estudos de fase 1, 2 e 3, até obterem o licenciamento, ou seja, a comprovação de que tudo deu certo. Várias análises foram realizadas, em vários países do mundo, avaliando o risco-benefício da vacinação nos adolescentes, considerando que é uma faixa etária que tende a ter menor gravidade comparativamente a pessoas mais velhas e pessoas portadoras de condições especiais, considerando, também, os desfechos de hospitalização, risco de COVID longa, de mortes e internação e analisando todos estes desfechos a vacinação supera e muito os riscos de efeitos adversos mais graves que a vacina possa desencadear.

JORNAL DA ASSPROM: Os adolescentes e jovens da Assprom estão retornando, aos poucos, às atividades presenciais práticas e teóricas. Com a vacinação, quais cuidados devem ser mantidos?

MÔNICA LEVI: Não há razão para duvidar do benefício da vacinação para a saúde humana, uma das grandes aliadas para manutenção do bem estar, do aumento da qualidade e da quantidade de anos de vida, mas nenhuma prevenção é 100%. Então, apesar de estarmos em uma situação muito mais confortável após a vacinação, ainda é necessário, num cenário de alta transmissibilidade, de alto risco ainda de circulação e de se infectar com os SARS-CoV-2, que se mantenham aqueles cuidados que são recomendados desde o início da pandemia, que é o uso de máscaras corretamente, lavagem das mãos com frequência, uso do álcool gel e manter o distanciamento de pelo menos 1,5m.

JORNAL DA ASSPROM: Qual a importância epidemiológica de incluir os adolescentes e jovens no grupo de vacinação?

MÔNICA LEVI: É muito importante que o maior número de pessoas sejam vacinadas, pois isso reduz a circulação do vírus e o risco de transmissão comunitária. E o adolescente tem um importante papel neste quesito de transmissão de doenças. Desta forma, o início do processo de vacinação, também nos adolescentes, favorece a redução das taxas de transmissão, do número de casos graves e de óbitos em toda a comunidade.

JORNAL DA ASSPROM: Quais são os efeitos colaterais das vacinas contra a COVID-19? Existem diferenças nos efeitos observados em adolescentes e jovens?

MÔNICA LEVI: A maior parte dos eventos adversos observados com essas vacinas é local, como dor, endurecimento e vermelhidão no local da aplicação e, geralmente, acontece de forma leve a moderada. Poucos são os eventos adversos sistêmicos que são os sintomas de febre, cansaço, indisposição, dor de cabeça, que surgem, normalmente, nas primeiras 24 ou 48 horas após a vacinação e acabam espontaneamente. Esses são os eventos adversos mais comuns.

Já os eventos adversos graves são muitos mais raros e a análise risco-benefício é muito favorável à vacinação, considerando todas as complicações e a gravidade que a COVID pode ter. O benefício da vacinação supera qualquer risco de evento adverso grave.

JORNAL DA ASSPROM: Existem contraindicações para aplicação das vacinas em jovens e adolescentes?

MÔNICA LEVI: Apesar da vacina ter um perfil de segurança muito bom, existem eventos adversos que podem contraindicar a continuidade do esquema, sendo a ocorrência de reação anafilática a situação mais comum. Outros eventos adversos considerados graves merecem a ponderação do risco/benefício para prosseguir com as doses.

JORNAL DA ASSPROM: As medidas sanitárias aplicadas até o momento continuam? E após o esquema vacinal estiver completo?

MÔNICA LEVI: Sim, as medidas sanitárias continuam. Não estamos ainda em um momento que devam ser permitidas aglomerações. Devemos manter um distanciamento entre as pessoas, lavar frequentemente as mãos com água e sabão, usar álcool gel sempre e, principalmente, manter o uso da máscara corretamente. Para àqueles que ficam o dia todo fora de casa e muito tempo com o uso da máscara devem também ter uma máscara extra para trocar quando ela estiver úmida. Para quem vai trabalhar e se expor mais à situação ambiental de possíveis contatos é importante que usem máscaras adequadas e reconhecidamente eficazes na barreira para evitar a transmissão. Máscaras de pano fininhas e caseiras não são adequadas para evitar o contágio.

JORNAL DA ASSPROM: Existe uma boa aceitação do público jovem em tomar as doses da vacina contra COVID-19?

MÔNICA LEVI: Sim. O brasileiro gosta, acredita e quer ser vacinado contra a COVID, diferentemente de outros países onde existem grupos antivacinas organizados causando um estrago maior na aceitação. Aqui no Brasil, percebemos que a população, de modo geral, quer ser vacinada e graças a isso também que estamos vendo esses resultados positivos com decréscimos progressivo do número de casos, de internações e de óbitos.

JORNAL DA ASSPROM: Quais são as principais implicações aos jovens que decidirem não se imunizar?

MÔNICA LEVI: Essa é uma questão complexa, pois o jovem, ao recusar tomar a vacina, passa a ser um risco a si próprio e para o ambiente. E o empregador deve cumprir as normas públicas de saúde e ser realmente intransigente na preservação do ambiente de trabalho. O que o empregador pode fazer com este funcionário que se recusa a vacinar varia bastante de punições ou proibições, desde que o funcionário não tenha um convívio social com outros colegas de trabalho ou com clientes. Alguns também acabam sendo movidos para um trabalho remoto. Então é complexo dizer o que pode acontecer com ele, mas, de modo geral, ele representa um risco para si próprio e para os outros, então pode ser punido e ele pode ser proibido de frequentar o seu ambiente de trabalho. Deixamos então cada instituição e cada local decidir o que vai fazer. É uma discussão bastante complexa que não deveria estar acontecendo, o que a gente espera é que todos trabalhem e que não olhem somente para a questão pessoal ou decisão individual, pois o direito coletivo deve se sobrepor aí.

JORNAL DA ASSPROM: E sobre as Fake News. Quais as recomendações da Sociedade Brasileira de Imunização para a população quanto a este tema?

MÔNICA LEVI: Porque isso faz parte da esperança que a mulher tem de que o seu agressor deixe de agredi-la. A questão financeira pesa pois, muitas vezes, essa mulher depende financeiramente de seu companheiro e, por isso, ele a proíbe de estudar ou de trabalhar, para manter o domínio sobre ela. E, dessa forma, o ciclo de violência e a dependência emocional passam a ser constantes na vida desta família.

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