
Artigo escrito pelo vice-presidente da Assprom, José Eustáquio de Brito
O processo eleitoral em curso em nosso país pode se constituir uma oportunidade relevante para que a sociedade brasileira reflita criticamente sobre os desafios que se fazem presentes numa agenda que abarca compromissos os mais diversos no campo das políticas públicas, e que explicitam projetos em disputa a serem implementados em nosso país nos próximos anos a partir do resultado das eleições.
A participação consciente nessas eleições implica na tomada de decisões capazes de apontar caminhos para a superação de problemas históricos que se fazem presentes no país e que não se reduzem a um determinado momento de nossa história. A construção de uma sociedade mais justa na repartição da riqueza socialmente produzida e democrática no exercício do poder pressupõe que sejam priorizadas demandas que dizem respeito à situação de adolescentes e jovens provenientes de famílias em situação de pobreza e vulnerabilidade social, e que buscam inserção no mundo do trabalho de modo a responder aos desafios impostos pelas circunstâncias.
A presença da Assprom junto a esse público há quase meio século demonstra que se trata de um problema estrutural e de dimensões sistêmicas, que desafia a sociedade brasileira em busca de alternativas. Refletir sobre a condição de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social no contexto das eleições presidenciais nos convida a identificar nos projetos em disputa que proposições se apresentam mais pertinentes para responder a esse problema estrutural e que condições objetivas terá o governo a ser constituído para implementá-las.
Em rodas de conversas realizadas com adolescentes trabalhadores e jovens aprendizes como parte do projeto de extensão universitária “Interlocuções Juvenis”, implementado na Assprom a partir de uma parceria com o Observatório das Juventudes da Universidade do Estado de Minas Gerais, temos tido a oportunidade de abordar questões que traduzem desafios dessa complexa agenda política e social como, por exemplo, a situação vivida por jovens ameaçados de morte, os desafios de conciliar atividades de estudos e trabalho no cotidiano que condicionam a construção de seus projetos de vida.
Dada a extensão dos desafios enfrentados por esse público em seu cotidiano, a cada roda de conversa realizada temos tido a impressão de que esse retrato em miniatura é capaz de traduzir aspirações coletivas de um grupo social que resiste ao sistema de opressão e que luta pelo direito à vida e ao reconhecimento. Assim, o apelo pelo voto consciente nessas eleições tem como fundamento a situação de vida de adolescentes e jovens que acreditam ainda serem vistos como futuro de nosso país.
AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS E OS JOVENS
José Eustáquio de Brito – Vice-presidente da Assprom
Sem Comentários