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Nayara Silvestre fala, com orgulho, da sua experiência na Assprom como aprendiza

19:39 17 dezembro em ASSPROM, Depoimentos, Noticias
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NAYARA LÍDIA SILVESTRE DOS SANTOS, 30 anos, arquiteta, conta sobre o início de sua carreira profissional na Assprom e sua mudança para a Irlanda

JORNAL DA ASSPROM: Ao ingressar na Assprom você atuou como aprendiza na biblioteca do Colégio Pitágoras/Cidade Jardim. Como foi essa experiência?

Nayara Silvestre: Nunca vou me esquecer da emoção que senti ao ser chamada para participar do Programa de Aprendizagem. No Colégio Pitágoras, tive uma ótima experiência. Eu amava trabalhar naquele lugar e vivia entre dois mundos porque eu trabalhava num colégio privado pela manhã e estudava à noite numa escola pública onde eu nem tinha acesso à biblioteca. Foi como se um novo mundo se abrisse pra mim.

JORNAL DA ASSPROM: O que você acha do trabalho de inclusão social da Assprom?

Nayara Silvestre: A gente sabe como o jovem em situação de pobreza é tratado no Brasil. Temos poucas possibilidades ou às vezes nenhuma. No meu caso muita gente apostava que eu não teria nada na vida. Meus pais não concluíram nem o ensino fundamental. Éramos pobres mesmo. A política de inserção da Assprom foi uma rota de fuga. Eu tinha trabalho, cursos, assistência e outros benefícios também. Ganhávamos produtos de higiene pessoal, isso incluindo até o absorvente, meias, escovas; além de material escolar e sexta básica no Natal.  Esse suporte foi essencial para a nossa trajetória de sucesso.

JORNAL DA ASSPROM: O que fez após o seu desligamento?

Nayara Silvestre: Consegui outro estágio através do Projeto Novo Emprego da Assprom. Depois de um tempo fui contratada por essa mesma empresa onde trabalhei por mais de três anos. Também cursei arquitetura e Urbanismo no Centro Universitário Uni-BH e mudei para a Irlanda. Atualmente trabalho num escritório de arquitetura aqui em Limerick/Irlanda. Estou feliz também porque meu título de arquiteta foi reconhecido e agora possuo atuar em minha área.

JORNAL DA ASSPROM: Porque você optou pelo curso de Arquitetura e Urbanismo?

Nayara Silvestre: Meu pai plantou esta semente no meu coração. Ele disse que era a profissão de Deus, o grande arquiteto do universo. Carrego este sonho em mim desde criança. Realizá-lo foi uma das maiores conquistas da minha vida.

JORNAL DA ASSPROM: Que dica você dá para os jovens que querem ter uma trajetória como a sua?

Nayara Silvestre: Sabe aquela velha citação que “conhecimento é o único bem que ninguém pode te tirar”? Acreditem! Adquiram conhecimento. Lutem por uma educação digna e por um Brasil mais inclusivo. Tenha consciência social. Estudem a nossa história. Nunca parem de aprender. Aprendam a lidar com dinheiro. Educação financeira também é muito importante! Sonhem sem medo. Os sonhos são combustíveis para seguir em frente. Sejam cool e divirtam-se. Ser jovem é massa!

JORNAL DA ASSPROM: Você pretende continuar morando aí ou pretende voltar ao Brasil?

Nayara Silvestre: Meu plano é ficar enquanto tiver trabalho. Com o dinheiro que ganho aqui posso ajudar minha familia no Brasil. Além da experiência de trabalhar no exterior. É uma realidade bem diferente. Sinto falta da nossa gente, da nosssa cultura da nossa comida. Mas eu vim para abrir caminhos. É tempo de expandir os horizontes e construir novas pontes. Meus pais nunca viajaram de avião, talvez ficar por aqui seja um incentivo bom pra eles criarem coragem.

JORNAL DA ASSPROM: Você pretendia tentar um mestrado. Ainda tem essa expectativa? Fale o que mudou.

Nayara Silvestre: Eu não pretendo parar de estudar. Mas no momento estou estudando outras estratégias. O meu título de arquiteta foi reconhecido aqui na Irlanda. E agora preciso voltar pra Universidade para fazer um curso de práticas profissionais que é exigido para todos os arquitetos registrados no conselho de arquitetura do país. Este e meu plano agora. O mestrado será talvez o próximo passo.

JORNAL DA ASSPROM: Quais são seus planos pessoal e profissional?

Nayara Silvestre: Pessoal? Hum, eu quero conhecer o mundo. Viajar e conhecer novas culturas. Profissional, no momento eu quero melhorar o meu inglês para entender todos os meus colegas de trabalho (risos) e tambem para conseguir uma boa nota no IELTS (The International English Language Testing System). É necessário provar proficiência em inglês para aplicar para bolsas de mestrado. Tenho certeza de que isto me abrirá outras portas.

JORNAL DA ASSPROM: Que mensagem você gostaria de deixar para a Assprom?

Nayara Silvestre: Eu sou da geração que cantava com Charlie Brown Jr e Negra Li que o jovem no Brasil nunca é levado a sério. Isso é tão real. A gente tem muita vontade e pouco incentivo. O trabalho de inserção da Assprom é essencial para que muitos jovens continuem vivos. É esperança num Brasil incerto. Deixo aqui meu singelo agradecimento para esta instituição que me deu uma base para eu construir minha história. Que vocês continuem fazendo este trabalho lindo. É preciso ter fé na juventude.

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