Professor fala sobre robótica, internet das coisas e tecnologia
Em entrevista ao site da Assprom, o professor do curso de ‘Robótica e Internet das Coisas’, Cleudiney Theodoro Brandão, fala sobre tecnologia, robótica e formação tecnológica. Confira.
O que é a robótica educacional?
Primeiro retomemos ao que seriam meios pedagógicos para educação.
Quando criança você com dois ou três anos recebe brinquedos coloridos, com formas, de encaixe, com sons que se chamam pedagógicos de forma a aprimorar sua percepção de mundo. Quando a criança entra para o Ensino Fundamental, entre os cinco ou seis anos, ainda convive com brinquedos pedagógicos que auxiliam no aprendizado. Quando as coisas começam a apertar lhe tiram os brinquedos e deixam apenas cadernos, livros e lápis. Isto é justo? A Robótica de forma educacional traz de volta esta forma de aprender aplicando conceitos teóricos em situações-problema.
De que forma o aprendizado de robótica contribui para o desenvolvimento do raciocínio lógico?
A partir do momento em que você tem situações-problema e começa a aplicar os conhecimentos de forma ordenada e lógica para a solução dos mesmos. O raciocínio lógico está presente ao longo do nosso dia. Ao levantarmos e seguirmos uma rotina, estamos aplicando de forma ordenada e robotizada conceitos antes ensinados. A robótica, ao elencar os conceitos aprendidos anteriormente, principalmente em linguagens como o Português, obriga o indivíduo a raciocinar de forma ordenada e a seguir os comandos apresentados, usando as ferramentas que tiver à mão e, geralmente, essas ferramentas são o conhecimento.
Como a programação para desenvolvimento de robôs influência na capacidade de pensar?
A programação voltada à robótica mostra os conceitos aprendidos, apenas na teoria, postos em prática. Inclusive, o conceito de ROBÔ. No cinema e no imaginário das pessoas o conceito de ROBÔ é daquela criatura que se assemelha a humanos, a animais ou a veículos. Este é um conceito errado. A robótica é um conceito que vai desde o acender de uma lâmpada por meio de um interruptor até a inteligência artificial, que lhe mostra um resultado de uma pesquisa por um termo na internet. E a capacidade de pensar é, intrinsecamente, ligada à solução de problemas. Então, a partir do momento que se apresenta o conceito de robótica a uma pessoa, ela se torna uma solucionadora de problemas, fazendo a junção de experiência de vida e conhecimento adquirido no curso.
O que é o Connected Smart Cities? Como é aplicado em BH?
É a junção, em uma plataforma, dos diversos serviços prestados a uma localidade seja pelo poder público, indústria, comércio ou população, de forma a tornar a cidade mais eficaz, econômica e sustentável. Tornando, assim, o meio ambiente sustentável para uma população, que aumenta a cada ano. Hoje, é possível saber em quanto tempo um ônibus coletivo vai chegar ao ponto. Ou quando um motorista estaciona o carro e usa o rotativo digital, ou uma pessoa usa o smartphone para chamar aplicativo de transporte, todas são situações nas quais as pessoas estão usando o Connected Smart Cities. Entretanto, vale ressaltar que o ‘Connected’ vai muito mais além, pois ele permite integrar todos os setores da sociedade.
Do que se trata o Laboratório Aberto, que a Prefeitura de Belo Horizonte vai fazer na Prodabel?
É um espaço que tende a se tornar uma referência em todo o Brasil. Neste espaço, há grande potencial para gerar soluções de uma maneira rápida e eficiente, uma vez que aliará a necessidade de solução de problemas, com foco em tecnologia, com as pessoas com vontade de solucionar esses mesmos problemas de pessoas que “vivenciam” tecnologia. O prédio da Prodabel será transformado em um laboratório e faz parte do BHLab, um plano de ações que visa transformar Belo Horizonte na cidade mais inteligente do país. O principal objetivo é criar um ambiente para que empresas parcerias e empreendedores desenvolvam e testem seus projetos e, futuramente, tragam soluções para a capital, utilizando a tecnologia como aliada. Haverá um espaço para que ocorra a prototipação de soluções e a produção de novas tecnologias e pesquisas, um “Fab Lab”. Lembrando que BH é considerada, hoje, a pioneira em projetos de inovação e tendo aqui o maior celeiro de empresas de tecnologia da América Latina, o St Peters Valley em alusão ao Vale do Silício Americano, berço de empresas como Microsoft, Google, Apple e Facebook.
O que é Internet das Coisas e como funciona numa cidade como BH? Quais benefícios pode trazer?
A Internet das Coisas é uma rede de equipamentos dotada de sensores, atuadores e inteligência capazes de coletar e transmitir dados, armazená-los e processá-los, permitindo a troca de informações para decisões e soluções, de forma mais rápida e inteligente. Semáforos, câmeras e luminárias inteligentes são exemplos de equipamentos que já foram instalados no prédio e poderão ser testados. Podemos citar outro exemplo prático, no qual alunos de um torneio internacional de Robótica, aqui em BH, desenvolveram uma bengala e uma cadeira de rodas que avisa ao motorista de ônibus que a alguns pontos dali existe uma pessoa com necessidades especiais para embarcar no ônibus.
Como será o curso para os jovens da Assprom?
OPORTUNIZAR! Segundo a Code.Org, uma fundação sem fins lucrativos, que quer incentivar todos a programar computadores, haverá no mundo, em 2020, ou seja, daqui a 2 anos, uma demanda mínima de 1,4 milhão de novas vagas para programadores nos Estados Unidos e que a expectativa é de que menos de 400 mil se formem nesta área. O curso será ministrado, aproveitando a experiência de vida dos jovens e suas habilidades já adquiridas, de forma a despertar neles o interesse pela pesquisa, ciência e inovação. Também, será apresentado os principais termos do dia a dia da tecnologia e situações-problema nas quais, com poucos recursos e engenharia reversa, eles terão de solucionar esses problemas usando a robótica, a criatividade e o trabalho em equipe. Dessa forma, será dada, aos jovens, a oportunidade de viver o dia a dia das diversas engenharias e mostrar que as soluções, mesmo as mais caras e complexas, partem do simples. Utilizamos plataformas de código aberto e hardware também, como o Linux Libertas, A Hora do Código, Scratch e Arduíno de forma que, mesmo após o curso, o aprendiz consiga, em casa, desenvolver soluções utilizando pouco ou quase nada de recursos financeiros.
Qual a expectativa da Prodabel em relação à parceria da Assprom?
Julgamos que atuar ao lado da Assprom favorece a condição de expandir ainda mais os cursos ministrados pela Diretoria de Inclusão Digital da Prodabel. A associação é notoriamente reconhecida na cidade, seja pela sua competência e expertise ao formar jovens para o mercado de trabalho, muitos desses com o perfil atendido pela nossa diretoria.
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