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Professor WALTER MSWAKA conta sua trajetória para os jovens da Assprom

Professor WALTER MSWAKA conta sua trajetória para os jovens da Assprom

17:18 29 março em ASSPROM, Noticias
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Entrevista: Professor Doutor Walter Mswaka

Tradução: Sylmara Paes
Edição: Elinara Santana

O professor Walter Mswaka, da Universidade de Huddersfield, Inglaterra, tem especialização em empresas sociais e veio a Belo Horizonte para desenvolver projeto em parceira com a PUC Minas. O professor veio conhecer o trabalho da Assprom, palestrou para os adolescentes, alunos dos cursos de língua estrangeira oferecidos pela Associação, e conversou com a nossa equipe.

Gostaria que você falasse um pouco de como foi sua trajetória de vida, principalmente na época em que você saiu do Zimbábue e foi para a Inglaterra?

Como a colonização no Zimbábue se deu desde 1883, já havia muita coisa inserida em nossa sociedade da cultura Britânica e, por isso, a transição não foi muito difícil. Então, eu já estava imerso na cultura deles, inclusive, poderia até utilizar na Inglaterra a licença de motorista adquirida em meu país. Foi como uma mudança para uma nova casa.

Você saiu do Zimbábue em busca de melhoria de qualidade de vida?

Sim, em busca de mais oportunidades de trabalho, porque sou consultor de empresas e queria ter maior visão para poder expandir meu trabalho. A Inglaterra possibilita mais oportunidades. Mas, em termo de vida, a vida na África também é boa (risos).

Porque você começou a atuar na área de empresas sociais?

Muito interessante essa pergunta. Eu me empolguei agora (risos). Realmente, gosto de fazer a diferença com meu trabalho e as empresas sociais me possibilitam isso. Elas buscam atingir as pessoas que se unem em torno de um projeto e não têm muitas oportunidades para realizá-los. Então, como consultor de empresas sociais, eu posso desenvolver esse trabalho e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos. Isso está no meu sangue e é o que mais gosto.

Você acredita que esse modelo de negócio (empresas sociais) pode mudar o mundo?

Com certeza, por meio das empresas sociais, o mundo pode ser melhor sim. Por exemplo, eu li que mais de 20 milhões de brasileiros saíram da margem da pobreza por causa de empresas de reciclagem. Muitas empresas desse tipo têm surgido no Brasil. A minha parceria com a PUC Minas é por causa do trabalho em conjunto com a Associação dos Catadores de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare), em Belo Horizonte. Mas, existem muitas empresas sociais atuando nas mais diversas áreas e que têm por objetivo melhorar a sociedade.

Qual é o foco do seu trabalho com a PUC Minas?

O objetivo é a parceria entre as universidades para a realização de projetos de pesquisas. A parceria entre a Universidade de Huddersfield e a PUC Minas, além de possibilitar a colaboração de pesquisas para o desenvolvimento do trabalho com docentes e discentes, também possibilita o intercâmbio estudantil.

E o seu trabalho é sempre em parceria com as universidades?

Os programas são sempre realizados em parceria com as universidades. Queremos encorajar os alunos a irem estudar na Inglaterra. Há diversas possibilidades de se conseguir bolsas.

Como um adolescente pode participar desse projeto?

No geral, os programas de bolsa dependem do governo. Na maioria das vezes, os intercâmbios acontecem por meio das parcerias governamentais.

Qual a importância de falar sobre não desistir dos sonhos para o público da Assprom, jovens em situação de vulnerabilidade e risco social?

Considero importante porque, para eles que vivem nessa situação de vulnerabilidade social, é preciso ter a visão de que o estudo permite a eles conhecerem suas verdadeiras capacidades e habilidades específicas. E, também, percebam que eles não precisam ficar apenas em Belo Horizonte ou no Brasil, mas que eles podem ir para outros países. Estou convidando esses adolescentes da Assprom para conhecerem a Universidade de Huddersfield, pois temos parceria com universidades brasileiras. Eles precisam batalhar por seus sonhos e acreditar que eles não são impossíveis.

E sobre a sua experiência em falar aqui hoje. O que você está achando disso?

Para mim foi uma grande honra. Estou sempre na busca por mais conhecimento. Por isso, acredito que falar sobre minha história realmente faça diferença para mim e para os que irão me ouvir. Como sou professor, estou acostumado a falar e dar palestras para diversas pessoas. Os jovens da Assprom são universitários em potencial, porque eles ainda podem seguir a carreira acadêmica e isso é extremamente importante. Estou muito agraciado em poder estar aqui.

Sei que você tem interesse em expandir o seu projeto, mas porque a escolha pela América do Sul?

Acho que foi vontade de Deus (risos). Voltando no tempo, em 2009, quando participei de um encontro na Itália, encontrei um brasileiro extremamente interessado em empresas sociais. Então, procurei saber mais a respeito, porque um dos propósitos de Huddersfield, é comparar o desenvolvimento dessas empresas em várias partes do mundo. Desenvolvo esse projeto suporte para empresas sociais em diversos países como Índia, Zimbábue, Etiópia e África do Sul e depois comparo as práticas de cada lugar.

A Assprom é uma entidade social. O que você pôde observar da Associação em sua rápida passagem?

Sei muito pouco da Assprom. Mas percebi que o trabalho dela é vital porque atua na raiz da sociedade, que são os jovens. Ela proporciona diversas oportunidades, as quais eles certamente não conquistariam de outra forma.

Para finalizar, em sua opinião como a educação pode transformar a vida das pessoas?

Primeiro, temos que combater a ignorância porque a pessoa só expande o mundo dela por meio dos estudos e do conhecimento. Em segundo lugar, a educação permite que as pessoas possam atingir seus objetivos. É preciso fazer uma autoavaliação se o conhecimento adquirido é útil para seus objetivos e ter noção do quanto a educação é importante para se conquistar uma vida melhor.

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